domingo, 17 de abril de 2011

Desenrascansos africanos

 


Há uns anos,largos anos já, viajando com motorista e mais colegas na Província de Tete, verifiquei que o manómetro da temperatura do carro indicava um alto grau de aquecimento do motor. Alertei para a situação, parámos, e saí para ver o motor. Do radiador, com um furo na sua parte superior, saia um ténue fio de água enferrujada e a escaldar.

O que fazer?

Prosseguir, voltar para trás?

Não havia ali, a caminho da Angónia, oficina ou mecânico que nos pudessem valer. Mas numa das bermas da estrada, corria, em valeta, uma razoável corrente água proveniente da grande chuvada que, antes, desabara naquela região.
Enchemos algumas bilhas, atestámos o radiador e fiquei, como co-piloto, encarregado de alertar para as subidas da temperatura do motor. De 20 em 20 Km, mandava parar e repetia-se o ritual do atesto.

Tinhamos mais ou menos 1 000 Km a percorrer até ao regresso, dois dias depois, à cidade de Tete. Coisa pouca...

O calor abrasava e, em dado momento, o motorista parou o carro junto de um mercado popular (dumbanengue). Pediu-me, na altura, 20 000 meticais, não me dizendo a que se destinavam. Saíu e deixou-nos num verdadeiro sauna.

Apareceu, largos minutos depois, mascando, calmamente, uma pastilha elástica.

Fiquei furioso e, à medida que o via aproximar tão tranquilamente do carro, apeteceu-me barafustar.

Foi então que o vi abrir o capot do motor.

Saí.

Não queria acreditar no que estava a ver. Da boca do motorista sairam, mascadas, as pastilhas elásticas que começaram a tapar o buraco do radiador.

Novo atesto de água. Duvidei da eficácia da reparação mas o que é certo é que depois de muitos Km em que se manteve a minha missão de controle da temperatura que, realmente, deixou de subir, acabei por, tranquilamente, adormecer até Chiritze.
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Novo Ciclo - Novos Desafios

 

 

 


Iniciou-se um processo de geminação de escolas moçambicanas e portuguesas.
Socorrendo-nos das TIC e do património comum e imaterial que é a Língua Portuguesa, vamos aproximar escolas dos dois países.Começaremos com 5 de cada lado, relativamente próximas, apenas a 11 000 Km de distância, que serão percorridos em fracções de segundo, nas auto-estradas da informação e comunicação.
De cá e de lá, há muito para ensinar/aprender, para partilhar. Há muitos conteúdos programáticos comuns que podem ser abordados “on line” e “one time”.
Há muitos materiais didácticos que, em comum, podem ser construídos.
Há macromódulos a serem trabalhados.
É o “milagre” dos alunos e professores das Escolas Mumemo ou da Ilha de Moçambique, poderem assistir a uma aula de conteúdos comuns que se está a desenrolar na Mealhada ou em Abrantes; é os alunos de Santo Tirso ou de Cister, em momentos de descontração e de lazer, poderem assistir ao festival de timbila de Quissico, oportunamente gravado pela Escola Domingos Sávio em Inharrime.
Será a troca, escola-a-escola, de alunos e professores para formações e capacitações.
“Geminar para aproximar”... eis o lema!
Novo ciclo! Novos desafios!