Infelizmente só a conheci em Outubro de 2005, apesar de eu estar em Moçambique desde 2001.
O nosso primeiro contacto foi telefónico mas, uma vez em linha, “intimou-me” a ir de imediato à sua Escola de Mumemo que queria ver transformada em “Escola Profissional de São Francisco de Assis”
Apesar da agenda carregada acedi, espicaçado também pelo desejo de conhecer quem me impunha, de maneira tão pouco formal, este encontro.
O “meeting point” foi o posto policial de controlo, à saída da cidade e a senha e contra senha para nos identificarmos foi a marca e a matrícula das nossas viaturas.
Esperei um bom (e desesperante) espaço de tempo (agora compreendo que a Irmã Susana necessite de atrasos para dar andamento a tanta coisa!) mas espantei-me quando vi sair de uma desconfortável dupla cabine, uma freira, risonha e bem disposta, que por detrás de uma alegria contagiante esconde os anos que por ela já passaram.
Saudou-me efusivamente, como se já nos conhecêssemos há largos anos, disparando à queima-roupa que “iria precisar muito de mim!”
Passando para o meu carro, viajámos até ao local da sua escola (eu direi, da sua grande Obra) e cedo me apercebi da força tranquila que residia naquela Mulher, irradiante de simpatia, serena e determinada, que trabalha como quem nada faz. Que encara os desafios com um sorriso, que cumpre, cheia de coragem, a nobre tarefa de ajudar, ajudar sempre, os necessitados, os excluídos, os marginalizados, os doentes, os sem abrigo, pais e filhos, que recolhe nos seus braços as crianças que lhe são entregues ou que encontra sós, abandonadas, debaixo da copa de um cajueiro ou nas bermas das estradas deste vasto país.
A Irmã Susana é uma mulher de esperança e nela habitam também as esperanças legítimas de tantos e tantos moçambicanos.
As suas mãos tanto afagam as crianças do seu infantário como se erguem, em tom impositivo, para aqueles que merecem reparos. Por si passa tudo. Detém, nessas mãos, como que invisíveis cordéis que tudo fazem mecher, numa busca incessante dos caminhos do Bem.
Que bom é conhecê-la, Irmã Susana, Irmã Sorriso.
sábado, 28 de julho de 2007
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1 comentário:
Quero fazer também minhas estas justas e verdadeiras palavras.Matias Alves
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