domingo, 5 de agosto de 2007

A Caminho do Guruè

De Nampula ao Guruè são uns centos de Km, em picada dífícil, que as chuvas, ao tempo, acabaram por piorar.
Dada a distância e as condições a viagem iniciou-se ao romper da madrugada. Haveríamos de pernoitar em Alto Molocué e, no dia seguinte, rodar, nas mesmas condições difíceis, até ao Guruè. O objectivo era verificar as condições locais para implementar uma escola profissional.
A opção restaurativa confinava-se à galinha assada ao almoço, repetindo-a ao jantar e assim sucessivamente.
O Gurè, antiga Vila Junqueiro, é um milagre de verdura:as encostas revestidas de plantações de chá são como imensos mantos verdes estendidos sobre o enrugado da terra; a nebelina nas alturas, roçando nas faldas das serras, as flores em explosivo aparecimento, as montanhas, mais longe, a debroarem o espaço, dão ao Guruè um aspecto de ilha verde, circundada, mais ao longe, muito longe, pelo agreste da savana africana.
Feito o trabalho e visitada a escola, foi o regresso a Nampula, novamente com pernoita intermédia em Alto Molocuè.
Na mesma Pensão Cruzeiro, agora sem água nem luz por via do gerador avariado, chegou o "cardápio falado" : - "galinha assada e cabrito".
Saltaram de alegria as minhas papilas gustativas: finalmente, iria saborear cabrito, deixando as já insípidas carnes galináceas.
-Quero cabrito, determinei!
Para meu espanto, nenhum dos meus companheiros alinhou na minha alternativa.
-Porquê, não estão fartos de galinha ?
- É que -esclareceu, timidamente, o engenheiro das construções escolares- por aqui há muito cão!
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